14 novembro, 2005

Parto I

A minha primeira experiência já foi há alguns anos vou tentar registar o que ficou gravado na memória:

Foi uma gravidez sem grandes percalços, nem enjoos nem vómitos, nem tensão baixa, nada, teria sido perfeita à excepção de uma ciática gestacional que me levou a ficar com baixa desde os 6 meses.

A DPP era 15 de Outubro e às 03.00h rebentaram às águas, como não tinha dores só fui para o hospital às 08.00 já com algumas dores mas nada de especial. Quando cheguei e disse a que horas tinham rebentado as águas levei logo um sermão da parteira dizendo-me que devia ter ido logo para lá (pensei Deus queira que não me calhe na altura do parto), fizeram uma ecografia para verificar se estava tudo bem e o toque, 1 dedo de dilatação (ia demorar).

Prepararam-me e puseram-me a soro e agora era esperar, as dores foram aumentando e a rapariga que estava no mesmo quarto que eu (na altura o hospital ainda não disponha de quartos individuais, o que não permitia aos pais assistirem ao parto) nem sequer se queixava a não ser com fome ( eu ali cheia de dores e ela a pensar em comida) dormitou um pouco, as enfermeiras de vez em quando vinham fazer o toque, até que chegou a altura, ainda fui pelo meu pé da sala de trabalho de parto para a sala de partos, como estava na hora do almoço (por volta das 14.00) não havia médicos foi a dita parteira mais duas auxiliares que fizeram o parto, como o rapaz estava muito subido foi preciso uma "ligeira" ajuda da auxiliar que se empoleirou literalmente na minha barriga.

A dada altura ouvi um barulho que identifiquei como sendo um corte na carne, não me doeu nada ( as outras dores nem deixaram sentir mais esta) e segundos depois nasceu um novo ser e uma mãe(eram 14.30h), as dores passaram instantaneamente como por magia, ouvi-o chorar e depois levaram-no para cuidar dele. Passados uns minutos vieram então mostrar-me o meu filhote todo embrulhadinho e aconchegadinho e como estava frio levaram-no para a encubadora.

Nessa altura a parteira preparava-se para me coser e eu perguntei-lhe se doia (já tinha ouvido dizer que eramos cosidas sem anestesia) ela muito simpática disse-me que não sabia pois nunca tinha sido cosida. Deu-me a anestesia e fui cosida sem dores enquanto assistia ao parto da rapariga que tinha estado comigo na outra sala (era uma menina, a Joana).

Depois vim para o recobro onde me deram um copo de leite e bolachas, bebi o leite mas não comi porque não tinha apetite. Mais tarde fui levada para o quarto e só às 20.00h é que me levaram o meu menino, disseram-me para lhe dar de mamar mas devido ao tempo que esteve longe em que de certeza lhe deram suplemento o safadinho não queria chorava, chorava mas mamar nada. Acabei por lhe dar um suplemento (e assim foi todas as vezes que lhe tentei dar mama) e finalmente poder namorar o meu bebé, sentir o seu cheirinho e enche-lo de beijinhos e miminhos.

Quando viemos para casa comprei bicos de silicone e insisti mas acabava sempre por ter que lhe dar o biberon, entretanto o leite secou, como não era tirado, na altura o apoio e incentivo também foi pouco e assim ele nunca chegou a mamar para grande desgosto meu.

Hoje, depois de um novo parto em que consegui finalmente amamentar penso que o facto de ele não ter mamado logo quando nasceu, ter sido levado e só ter regressado para junto de mim às 20.00 condicionou definitivamente a amamentação.

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