18 novembro, 2005

Parto II

Venho agora contar o parto da minha segunda filha:

Foi uma gravidez muuuuuiiito diferente da primeira, começou com um susto aquando da eco às 6 semanas, o médico não encontrava nada além do saquinho e nem sequer tentou ouvir o batimento cardiaco, mandou-me repetir dai a duas semanas. Quando fui á minha médica o mundo desabou, ela disse que era suposto haver batimento cardiaco e que poderia ser um ovo morto. Foram as piores duas semanas que me lembro, a angustia para que o tempo passasse e tivesse certezas, o medo de que as certezas não fossem as que eu queria, enfim o tempo passou e lá fomos à eco. Afinal estava tudo bem, o bebé estava lá e o batimento cardiaco também.

Alguns enjoos iniciais, nunca vomitei, mas o mais incómodo e que me acompanhou até ao fim foi a tensão baixa, a sensação de estar sempre quase a cair para o lado e o cansaço, era desesperante.

A partir do terceiro trimestre, quando fiz uma eco foi me detectada uma placenta mais envelhecida do que o normal (grau IV) e o bebé que até aqui era de percentil 50 passou para percentil 25, o médico questionou-me se fumava, se andava muito stressada se tinha diabetes, ao que lhe respondi que não se passava nenhuma das situações.

A minha médica ao ver aquilo ficou muito preocupada e mandou-me ao hospital, lá nova eco e para eles tudo normal era simplesmente um bebé mais pequeno. A minha médica queria me dar baixa mas fui adiado o mais possivel aos 8 meses passei a ser acompanhada pelo hospital e fiquei com baixa, apesar de a obstetra do hospital não achar que justificasse passar a ser seguida lá.

A dpp era 19 de Dezembro mas a Carolina não tinha pressa, fazia frio cá fora e ela estava tão bem juntinho da mamã. No último CTG marcado não havia qualquer registo de contrações, a enfermeira foi mostrar à médica que me mandou lá estar no dia 23 de manhã porque os médicos iam reunir para definir os plantões, ou não fosse o Natal e o Ano Ano uma época de licenças e férias.

Passei a manhã no hospital, perto das 12h vim embora com a informação de que se ela não nascesse antes teria que lá estar no Domingo (dia 26) às 09.00. Quando vim embora comecei a sentir algumas dores, mas nada de especial. O Ruben estava de férias e como a médica me tinha mandado andar para ver se a coisa de desenvolvia, fartámo-nos de andar, uma visita às minhas colegas que me acharam com um ar muito cansado e fomos para casa, sempre com algumas dores. Fiz o jantar, fomos beber café, voltámos para casa e fomos ver um filme "O Homem-Aranha2", o Ruben adormeceu no sofá e as dores foram aumentando o marido só dizia que era melhor ir para o hospital, mas as contrações ainda eram muito espaçadas, as águas não tinham rebentado e eu não queria ir e que me mandassem para trás dizendo que ainda estava atrasado. Esperei mas um pouco e os intervalos ficaram mais reduzidos, era hora de ir, telefonámos à minha mãe para ficar com o Ruben e lá fomos.

Cheguei lá fui vista pela médica que me disse que tinha já 7 dedos de dilatação(como é que tinha aguentado em casa até agora), chamou as auxiliares mandou prepararem-me e eu ouvi-a dizer que não tinha as águas rebentadas e que quando rebentassem o bebé vinha atrás. Preparam-me fui para o quarto, epidural nem pensar (eu tb não queria) ligaram o CTG, o soro e um analgésico e disseram-me se ficasse com sono era normal, o marido entrou e ficou ali comigo.

De vez em quando vinham espreitar o CTG, às tantas começo a sentir o bebé a descer dei um grito e apareceu a equipa toda, foi o tempo de preparar a cama um pequeno corte e já cá está fora a minha menina linda. Coseram-me, um pouco doloroso (a parteira explicou que como tinha cortado em cima da costura anterior agora era um pouco doloroso), enquanto tratavam dela, depois de vestidinha e embrulhadinha veio para o meu lado, donde já não saiu.

O tempo que estive no recobro foi passado a dar-lhe mama, a conversar com ela, a admira-la a dar miminhos, enfim a conhece-la finalmente, passado algum tempo toda eu tremia um frio incontrolável que acalmou quando encostaram a cama ao sistema de aquecimento central. Às 05 da manhã fomos para o quarto. Não dormi nenhuma das 3 noites que lá passei porque ela queria sempre mamar, nada comparada com o mano (a diferença que fez ela ter ficado comigo e mamado logo quando nasceu), depois de virmos para casa as coisas foram se adaptando umas noites melhores outras piores, mas a melhor coisa do mundo é ter os meus dois filhotes ao meu lado, ve-los crescer..... é lindo!!

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